29 de set. de 2009

NOTA DA APEOESP SBC

A Violência Escolar é um Produto da Política Educacional
Sobre o episódio ocorrido na Escola Estadual Maria Iracema Munhoz, na sexta feira dia 11 de setembro, envolvendo um ato de indisciplina generalizada por um grupo de alunos da 8ª Série F, publicado pela grande Imprensa, a Subsede da APEOESP de São Bernardo do Campo, vem a público prestar solidariedade ao Professor, ao qual disponibilizamos todo apoio em sua defesa, pois não podemos aceitar que este fato seja convertido em linchamento público de um colega de profissão, nem tão pouco seja usado de forma depreciativa contra a docência, prática reiterada pela política dos governos e a maioria dos veículos de comunicação.
Atos de indisciplina e violência escolar atingem professores e alunos cotidianamente e integram uma cultura arraigada em nossa sociedade, constituindo-se num reflexo da violência maior que abrange o entorno das escolas, as quais não estão imunes a estes, pois acabam se constituindo num espaço de encontros e desencontros, dos conflitos sociais.
Os Professores estão trabalhando há muito tempo sob pressão; com péssimas condições de trabalho, salas superlotadas, desrespeitos e humilhações, reforçadas por uma política educacional que tem como foco, principalmente nos últimos anos desconstruir a imagem do professor perante a sociedade, com um objetivo claro: flexibilizar e até mesmo retirar do Estado a obrigação com a educação pública de qualidade para todos.
Nessas condições de tensões constantes, onde os docentes sofrem múltiplas ameaças, inclusive de emprego, é possível que ocorram excessos, fato inerente ao gênero humano, que atinge todas as classes e instituições sociais. Professores e alunos não são seres alheios a esta situação nem a escola está em outra dimensão, apesar de ser o lugar do encontro do conhecimento com a diversidade de trajetórias, o que lhe confere a pecualiaridade de ser ao mesmo tempo espaço de convergência e de contradições.
Contra os julgamentos sensacionalistas e apressados dos meios de comunicação e dos órgãos administrativos, nós do Sindicato apostamos no diálogo como instrumento do restabelecimento das relações didáticas e pedagógicas, para que os docentes, os discentes e os pais possam se reencontrar, restabelecendo o papel do professor como profissional do ensino e da aprendizagem, dos alunos como razão maior da existência da instituição escolar e da escola como o espaço que potencializa plenamente o acesso ao conhecimento.
Finalmente convidamos professores alunos e pais para que possamos juntos fortalecer e defender a tão atacada escola pública. A APEOESP a UMES e a comunidade escolar têm condições de tirar lições pedagógicas desse episódio, apontando rumos e diretrizes para uma nova escola livre democrática e humanizada.
São Bernardo do Campo, 22 de setembro de 2009
A COORDENAÇÃO